sexta-feira, 27 de novembro de 2009

"Gorfinho" básico.

Estava eu em casa, lembro que era dia de semana, já era noite grande e de repente escuto alguém gritar meu nome, minha casa não tinha campainha nessa época, minha avó ainda estava nesse mundo terreno e me disse apenas de escutar a voz:
- É a Priscila.
Minha avó não gostava de muita gente não, principalmente dos meus amigos, mas alguns em especial ela ia com a cara até demais.
Pensei, essa hora o que ela pode estar querendo mas amigo é assim pode ser a qualquer hora e lá estamos nós. Abri o portão e a vi meio cambaleando, perguntei o que estava acontecendo e ela desatou a chorar dizendo que tinha bebido. Nessa época ela namorava com um amigo de infância, e que era da nossa galera da esquina, a qual sentavamos todos os dias para tomar vinho, fumar um e tocar violão, ficavamos lá até altas horas da noite e os vizinhos nossa como reclamavam!
Primeiro sentamos na esquina do lado esquerdo de quem sobe, fomos expulsos pelo cara gordo que mora lá até hoje. Depois passamos a sentar do lado direito, aí quem encanou foi o Marcelo que tinha um bebê recém nascido e disse que ia dar tiro, principalmente em mim que tinha - e tenho - a risada alta até hoje e na Paula gordinha, não sei porque mas ele não ia com a cara dela de jeito nenhum. Apelamos então pra banca de jornal entre o lado esquerdo e o direito e de lá não saímos nunca mais, não haviam casas atrás da banca apenas um terreno baldio. Com chuva ou em noite enluarada lá estavamos nós vinho, baseados e violão em punho.
Perguntei onde ela estava, lembro de ter me respondido mas agora não me recordo o que ela respondeu, só sei que começou a falar, falar e falar sobre o tal carinha amigo meu, haviam brigado ou terminado coisa assim. Perguntei se ela queria entrar mas ela estava bebinha e achei melhor retirar o convite e conversar com ela ali fora mesmo. Ela sentou, de repente vejo um jato sair da goela da "duende" (apelidinho carinhoso que eu e a Paula magra outra amiga em comum demos a ela porque ela gostava das pontas e era a única que conseguia fumar). Sim ela teve o dom de gorfar bem no portão e quase no meu pé se eu não tivesse dando um salto duplo carpado para trás.
- Porra Priscila vai "gorfar" bem aqui!
Ela respondeu:
- Tô passando mal meu!
E ela fazia barulho.
- Não faz barulho...
- E "gorfa" baixo pra minha avó não sair aqui e te ver nesse estado!
Eu não estava acreditando naquilo, lá fui eu tentando disfarçar, entrei em casa peguei uma jarra sem que minha avó percebesse tal ato e quisesse ir falar oi pra ela (minha avó era ligeirona e tinha dessas de sair e querer cumprimentar a pessoa só pra ver quem era ou que estado se encontrava), peguei a jarra e saí, enchi de água e comecei a lavar a calçada, cada jarra de água era um xingo, xinguei muito a coitada que estava terminantemente sofrendo, fora o sermão de que ela deveria esquecer o cara que só a magoava.
Depois do fato a acompanhei até metade do caminho e ela foi dormir.
No outro dia era só risada, até hoje quando lembramos disso rimos muito.


Camilla.

3 comentários:

  1. É a Pri sempre da uma "gorfadinhas da Vovó".
    Lembra la no mineiro, gorfou arroz rsrsrsrs.
    Lu Morena.

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  2. KKKKKKKKK...E a camila cheia d dar sermão e eu lá virada no avesso de tanto vomitar...jogava várias canequinhas de água kkkkkk

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qual foi a brisa?